Todos os dias eu passo em frente a uma das maiores favelas de Belo Horizonte, a Pedreira Prado Lopes. Sim, favela, pois pra mim todos esses outros nomes são apenas uma forma de maquiar verbalmente uma realidade brasileira. Favela, "área degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias precárias e falta de infraestrutura".
Voltando ao assunto, a Pedreira fica no caminho da minha faculdade e, um dia desses, reparei e me lembrei de quando meus primos do interior vieram pra BH na formatura da minha irmã. Doutor Pai resolveu levá-los num passeio pelos principais pontos da cidade. A nossa primeira parada foi a Praça do Papa, ponto turístico localizado em um bairro nobre da cidade. É de impressionar o tamanho das casas que ficam em torno da praça. Meus primos denominaram o lugar de "favela chique", pois a disposição das casas no morro realmente lembrariam uma, se não fosse pela riqueza e luxo do lugar.
Depois do Mangabeiras, resolvemos levá-los na Lagoa da Pampulha, um dos pontos turísticas mais conhecidos e visitados da cidade, justamente perto da minha faculdade, o mesmo caminho que faço todos os dias de ônibus. Daí vocês imaginam a cara dos meus primos no cmainho... Afinal, são duas realidades bem diferentes na mesma cidade... E devo dizer que, para piorar, também e vê essa desigualdade dentro do mesmo bairro, pois apesar de vermos casas mal estruturadas no caminho da Pampulha, em torno da lagoa são mais mansões, mais casarões!
Admito, isso não me assusta mais. Passo todos os dias em frente a favela, mas eu realmente a vejo? Isso não significa que eu não me importe, mas creio que já virou uma paisagem urbana, assim como os mendigos e toda a pobreza que está em nossas esquinas. Estou no ônibus, normalmente pensando nos trabalhos, provas e projetos, tão preocupada que todo esse cenário passa batido. E em um desses dias comuns, quando eu acordo dessa rotina egoísta e enxergo essa realidade, eu penso: Meu Deus, o que estou fazendo? QUando é que isso vai mudar? Será que eu posso ajudar?
É tão ruim se sentir inútil...
5 Insanidades:
Acho que a tendência do ser humano é se acostumar, sabia?
Se acostuma com uma comida, com um vizinho novo.. e também se acostuma com situações tristes. Se acostuma em ver mendigos na rua, e se no começo causava uma compaixão, ou qualquer coisa do tipo, depois de um tempo ele simplesmente se acostuma.
Se acostuma e se acomoda.
É triste.. tão triste.
bjoo
Eu sei bem o que é isso. Cresci ao lado de uma favela e vi suas mazelas de perto. É muito triste e desolador. A gente se sente muito impotente. Infelizmente nossos governates fecham os olhos para muita coisa :(
Obrigada pelo carinho, apoio e verdade.
FICA COM DEUS
BEIJOS
É complicado viuu, BH é tem uma favela em cada bairro praticamente.
Muito obrigada pelo comentário. Fico feliz que tenha gostado do meu texto. Escrevi de coração, queria que as pessoas refletissem sobre isso. Infelizmente, isso é algo com que a gente convive. Muitos beijos e de notícias
BEIJOOOOS
Que contraste mais marcante, não?
Sabe, eu admiro essa sua atitude de se importar, esse sentimento de incômodo ao achar que é inútil - tem gente que totalmente ignora isso. Mas a questão não é você ser inútil, são as oportunidades que pouco existem para ajudarmos, infelizmente.
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